O Óscar de Melhor Filme Estrangeiro é um prémio atribuído pela Academia de Cinema de Hollywood a filmes realizados e produzidos fora dos Estados Unidos e cuja língua principal não seja o inglês. Dado o predomínio dos filmes americanos e da indústria dos Estados Unidos a nível global, o prémio nasceu como forma de valorizar e reconhecer o cinema oriundo de outros países. Tal como os restantes Óscares, o prémio é atribuído uma vez por ano, tendo-o sido pela primeira vez em 1948. Desde então, a grande maioria dos vencedores tem origem no continente europeu, sendo Federico Fellini o realizador com mais Óscares conquistados (4).
Portugal já submeteu cerca de três dezenas de filmes a este prémio, contudo nunca recebeu uma nomeação (logicamente, também não venceu qualquer Óscar). Na verdade, detém o recorde de candidaturas ao Óscar de melhor filme estrangeiro entre os países que nunca receberam nenhuma nomeação.
Cerca de um terço das candidaturas portuguesas foram realizadas por Manoel de Oliveira. O primeiro filme submetido pelo memorável e já falecido realizador portuense foi “Francisca” (1982); o último foi “Belle Toujours”, em 2007.
Vejamos alguns dos principais títulos enviados por Portugal à apreciação da Academia norte-americana:
- “Manhã Submersa” (Lauro António, 1980). Foi o primeiro filme português a candidatar-se ao prémio, tendo “Francisca” sido o segundo.
- “Sem Sombra de Pecado” (José Fonseca e Costa, 1983)
- “Vale Abraão” (Manoel de Oliveira, 1993)
- “A Comédia de Deus” (João César Monteiro, 1995)
- “Camarate”, (Luís Filipe Rocha, 2001)
- “O Milagre Segundo Salomé” (Mário Barroso, 2004)
- “Noite Escura” (João Canijo, 2005)
- “Aquele Querido Mês de Agosto” (Miguel Gomes, 2008)
- “José e Pilar” (Miguel Gonçalves Mendes, 2011)
- “Linhas de Wellington” (Valeria Sarmiento, 2013)
Em 2016, o realizador do invulgar “Aquele Querido Mês de Agosto”, Miguel Gomes, voltou “à carga” com “As Mil e Uma Noites: Volume 2, O Desolado”. Apesar de mais uma vez não ter sido nomeado para o Óscar, conseguiu o prémio de Melhor Filme no Festival de Cinema de Sydney, em 2015.