Poucos temas serão tão controversos como encontrar os 10 melhores filmes portugueses de sempre. Eis uma lista possível, tentando mesclar critérios como a relevância cultural, a influência estética ou o sucesso comercial.
- “A Canção de Lisboa” (1933)
A forma como Vasco Santana interpretou um estudante marialva ficaria na memória dos espetadores. Inclui como atores Beatriz Costa e Manoel de Oliveira (ele mesmo, o futuro realizador).
- “Aniki Bobó” (1942)
A primeira longa-metragem de Manoel de Oliveira é um exercício notável de realismo poético e um retrato precioso sobre o Porto da primeira metade do século XX. Teve pouca aceitação à época: Oliveira estava claramente à frente do seu tempo.
- “O Pátio das Cantigas” (1942)
Um dos mais populares filmes de sempre, concentrando os talentos de Vasco Santana, António Silva e Ribeirinho (enquanto ator e realizador).
- “O Leão da Estrela” (1947)
Os filmes promotores dos valores do Estado Novo vieram a ser muito criticados, mas a interpretação de António Silva, de um ardente adepto sportinguista, foi muito além disso.
- “Verdes Anos” (1962)
O filme de Paulo Rocha é o espelho da sua época, evocando a transformação de modernidade que atingia Lisboa e Portugal no início dos anos 60.
- “Recordações da Casa Amarela” (1989)
Um dos filmes mais equilibrados do “enfant térrible” João César Monteiro, conquistou um Leão de Prata no festival de Veneza.
- “Non ou a Vã Glória de Mandar” (1990)
Uma reflexão de Manoel de Oliveira sobre a História de Portugal, tendo a guerra colonial como cenário.
- “Balas e Bolinhos” (2001)
Luís Ismael provou que também se podia fazer “cinema alternativo de série B” à portuguesa, tendo assinado duas sequelas.
- “Aquele Querido Mês de Agosto” (2008)
Aquilo que fora um projeto de cinema falhado (por falta de orçamento) tornou-se um excelente “documentário” sobre a emigração, pela mão de Miguel Gomes.
- “O Pátio das Cantigas” (2015)
Contra a inclinação dos críticos, este “remake” tornou-se o filme mais visto de sempre, numa época em que as audiências dos cinemas estão em crise. Leonel Vieira veio provar que, afinal, até pode haver mercado – haja o que o público quer ver.